As bandeiras no mastro de minhas orações


O estado de Minas Gerais começou o mês de Novembro com o pé esquerdo, por assim dizer, ao passar pela maior catástrofe ambiental onde duas barragens se romperam, encobrindo o distrito de Bento Rodrigues com lama. Desde que a tragédia aconteceu em solo mineiro, é possível ver notícias em que o estado de Minas Gerais tem recebido ajuda.

Outro dia li em um comentário de uma notícia sobre a tragédia em Minas Gerais: “As pessoas são mais importantes que os animais” que é a mais pura falta de ignorância da pessoa que fez esse comentário absurdo. Corrigindo tal absurdo: toda forma de vida é importante. Se der pra salvar pessoas e animais, porque não fazer?

Que me perdoem os que não têm bom senso e falam absurdos contra uma humanidade vulnerável com o terrorismo, dizendo que os brasileiros são antipatriotas ao aplicarem um efeito em uma rede social. Não se trata de ser anti a nossa pátria amada Brasil, trata-se de prestar um simples ato de solidariedade com um país, que poderia ter acontecido com qualquer outro no planeta.

Sou de Minas Gerais, Paris, sou mulher, sou aquele (a) que sofre agressões todos os dias por ser diferente, sou branco, índio, o idoso, sou preto e favelado, sou tantos outros que sangram por conta do preconceito e da ignorância. Sou de qualquer lugar. Sou um ser humano. Onde está o gesto de solidariedade e a compaixão das pessoas umas com as outras? Será que se esqueceram dos seus bons modos?

O Brasil está pedindo por socorro. Na verdade está gritando e ninguém está ouvindo. Antes de dizer que o brasileiro é antipatriota, cadê os patriotas que diziam que o gigante acordou? Onde estão aqueles que levaram milhares de pessoas as ruas para protestar por nossos direitos? Uma única vez não serve de nada. É o mesmo que dar muro em ponta de faca. Será que o gigante acordou mesmo?

Nosso país não esta sendo devastado apenas pela lama das barragens que se romperam em Minas Gerais. Não estamos com lama até o umbigo. Estamos sendo soterrados por ela. E quando eu digo ‘ela’, me refiro às injustiças que estamos enfrentando, aquelas que vemos nos noticias e ficamos revoltados com tamanha roubalheira. Esses são os atentados terroristas que sofremos todos os dias. 

A política da boa vizinhança


Falar sobre política da boa vizinhança é fácil, difícil é colocar a teoria na prática. Muitos vão voltar um pouco na história, onde será possível perceber que entre 1933 até 1945 houve um conjunto de medidas levadas a cabo pelo presidente Franklin Roosevelt, que se tratava das relações políticas estadunidenses com os países da America Latina.

Mais não me refiro a essa política. Refiro-me aquela outra em que muitas vezes somos obrigados a "engolir sapos", onde fazemos de tudo para não sermos indelicados e acabarmos explodindo com alguma situação.  Ouvimos calados e não revidamos.

Então o que seria mesmo a "política da boa vizinhança?"
Não precisamos abrir mãos de nossos direitos, mas é preciso ter um diálogo equilibrado onde o consenso prevaleça, sem diminuir ou privilegiar alguém. Existir uma harmonia entre as pessoas para que exista um ambiente agradável é o minimo a ser feito.

O problema é que acabamos por "engolir sapos" demais de pessoas com comportamento repugnante, dos bajuladores e até mesmo daquele vizinho que faz barulho até tarde da madrugada e tudo o que você mais quer é dormir. E nisso está um problema na maioria das pessoas: elas têm a mania de se acharem as donas do pedaço, com pensamentos do tipo "eu pago meus impostos então posso fazer o que quiser". Se você paga o seu vizinho também paga pelo mesmo imposto, então é necessário que exista um bom senso. Ao que parece, as pessoas esqueceram a educação em um canto qualquer para se tornaram meros baderneiros na sociedade.

Mais "engolir sapo" não é sinônimo de ser trouxa, muito menos deixar os outros prevalecerem do caráter de alguém. E o mundo está cheio de gente que adora puxar o tapete de alguém para no fim serem melhores que os outros. Ninguém precisa ser melhor que ninguém puxando o tapete, mas sim mostrando suas competências. E isso vale para qualquer ambiente de convívio em que se conviva com outras pessoas.